O ciclista que, nesta época, regressou à estrutura portista foi um dos elementos mais ativos
na estratégia ofensiva da W52-FC Porto. Partindo com mais corredores do que os adversários,
por ter um plantel maior, os comandados de Nuno Ribeiro atacaram, com vários corredores,
desde o quilómetro inicial.
As restantes formações, e mesmo os corredores emigrantes que competiram sem equipa, não
se fizeram rogados e a situação de corrida foi mudando constantemente, com muitos ciclistas
a passarem pela cabeça de corrida em momentos distintos.
Ao quilómetro 70, ainda na volta por fora da cidade de Castelo Branco, José Neves saiu do
pelotão integrado num grupo de oito corredores. A entrada no circuito urbano de 21,6
quilómetros, que seria percorrido cinco vezes, permitiu a formação de uma cabeça de corrida
com 16 corredores. Foi entre estes homens que a corrida viria a decidir-se.
A W52-FC Porto tinha quatro homens no grupo mais adiantado. Cabia-lhe a responsabilidade
de jogar as peças no tabuleiro da estratégia. Os portistas acertaram à primeira. José Neves
atacou a mais de 30 quilómetros da chegada, foi ganhando terreno e nunca mais os
adversários lhe puseram a vista em cima até à cerimónia do pódio.
José Neves terminou a prova com 4h38m18s (média de 41,437 km/h). Rui Oliveira e Gaspar
Gonçalves adiantaram-se na luta pelo segundo lugar, chegando ambos a 47 segundos do
vencedor, com o homem da UAE Team Emirates à frente do representante da Tavfer-
Measindot-Mortágua.
“Vencer os Campeonatos Nacionais é uma enorme sensação de orgulho e dever cumprido.
Durante a corrida tentámos estar sempre na frente e, a certa altura, percebi que os
adversários estavam em dificuldade e tentei a minha sorte.
Arranquei a uma volta do fim e consegui fazer uma diferença de tempo suficiente para chegar à vitória. Já tinha
sido campeão nacional duas vezes em sub-23 e espero vir a conquistar mais títulos de
campeão nacional no futuro. Para já, estou muito orgulhoso de poder vestir esta
camisola durante um ano”, regozijou-se José Neves.