O desporto feminino nacional viverá um momento alto entre 2 e 5 de setembro, período em que irá realizar-se a primeira edição da Volta a Portugal Feminina Cofidis.
Esta página da história do ciclismo feminino será escrita por um pelotão com cerca de cem ciclistas, representando equipas portuguesas, espanholas e britânicas. A corrida terá quatro etapas e um total de 259,3 quilómetros.
O percurso é um itinerário geográfico, mas também histórico e de memória, ligando este momento inicial da Volta a Portugal Feminina à primeira edição da Volta masculina, mas também recordando figuras emblemáticas do ciclismo feminino nacional, como Oceana Zarco.
A primeira etapa, no dia 2 de setembro, terá 81,5 quilómetros, a disputar entre Cacilhas, em Almada, e Setúbal. Será antecedida pela apresentação das equipas, no Marquês de Pombal, Lisboa, de onde as participantes partirão, em desfile, até ao Cais do Sodré, onde tomarão um barco para Cacilhas. É uma recriação do início da primeira Volta a Portugal masculina, que, em 1927, levou o pelotão a deslocar-se do Marquês até ao Cais do Sodré para iniciar a competição em Cacilhas. A chegada da primeira etapa, em Setúbal, também faz a ponte com o passado, dado tratar-se da cidade de onde era natural Oceana Zarco, pioneira do ciclismo de competição feminino em Portugal, figura velocipédica da década de 1920.
Ao segundo dia as corredoras vão deslocar-se de Mafra até Loures, percorrendo 72 quilómetros, que incluem um prémio de montanha. Da terceira etapa espera-se uma maior definição da classificação geral, dado tratar-se de um contrarrelógio individual de 11,1 quilómetros, a percorrer em Vila Franca de Xira.
A primeira Volta a Portugal Feminina Cofidis termina da mesma forma que encerrou a primeira Volta a Portugal masculina, com uma ligação entre Caldas da Rainha e Lisboa. Será a viagem mais longa da prova, com 94,7 quilómetros, com a curiosidade de ter uma meta volante instalada na terra-natal de João Almeida, A-dos-Francos.
“A Volta a Portugal Feminina será uma motivação para as mais jovens ciclistas prosseguirem as suas pedaladas de desenvolvimento desportivo, tendo como horizonte uma carreira entre a elite. Será também uma forma de atrair novas praticantes de competição, dado o enorme poder de atração e simpatia popular gerado pela marca Volta a Portugal”, explica o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira.
O dirigente manifesta felicidade pelo acolhimento desta iniciativa: “Foi particularmente inspiradora a adesão e o apoio do Governo, dos Municípios e dos Patrocinadores à nossa ideia de, 94 anos depois da primeira edição masculina, fazermos nascer a Volta a Portugal Feminina. A todos o ciclismo português e o desporto feminino ficará eternamente grato”.
“É com muita satisfação que damos nome e apoiamos a primeira Volta a Portugal Feminina. Esta iniciativa vem confirmar o ciclismo como um desporto cada vez mais aberto, diversificado e inclusivo, questões que, enquanto empresa, estamos atentos e a trabalhar. Reflexo disso é a criação, em 2022, da equipa feminina Cofidis”, refere Sébastien Haquette, Diretor Geral da Cofidis Portugal.
Num ano em que é Capital Europeia do Desporto, Lisboa recebe a apresentação das equipas e o encerramento da Volta a Portugal Feminina Cofidis, o que deixa o edil lisboeta, Fernando Medina, muito satisfeito: “Em 2021 vamos ter a 1.ª Volta a Portugal Feminina, um acontecimento aguardado com grande expectativa. Depois da situação de pandemia de covid-19 ter obrigado a um ano muito limitado no que toca à organização de eventos, é com enorme alegria e orgulho que os lisboetas se preparam para receber a Volta a Portugal Feminina e as atletas participantes, num evento que promove também um estilo de vida mais saudável e que tem vindo a alterar significativamente, e para melhor, a mobilidade nos grandes centros urbanos”.