António Morgado vestiu a camisola verde, de líder, logo na segunda etapa do 46.º Giro Della Lunigiana, em Itália, que reuniu alguns dos melhores corredores da categoria de juniores a nível mundial. Subiu ao pódio para celebrar a conquista desta prova internacional após ter concluído a última etapa na quinta posição.
A última etapa do Giro Della Lunigiana foi a mais longa de toda a prova, somando um total de 102,4 quilómetros. O pelotão internacional de juniores partiu de Ceparana com destino a Casano Di Luna, seguindo compacto durante os primeiros 10 quilómetros da corrida. A primeira tentativa de fuga surgiu ao quilómetro 22, com Pietro Dapporto (Emilia Romagna), Matteo Fiorini (Marche), Salvatore Florio (Sicilia) e Alex Stella (Lunigiana).
A fuga não vingou, surgindo depois o ataque decisivo do francês Thibaud Gruel, que chegou a ter uma vantagem superior a um minuto. No grupo principal era Portugal que assumia as despesas da corrida, com Gonçalo Tavares e José Bicho, que protegiam o líder, António Morgado.
A 30 quilómetros do final atacou no pelotão um grupo de cinco corredores entre eles, Diego Pescador (Colômbia), Pietro Mattio (Piemonte), Francesco Rossi (Lunigiana), Edoardo Burani (Umbria) e Leonardo Vesco (Lombardia). Os cinco não conseguiram manter a união durante muito tempo, acabando por ficar o Diego Pescador sozinho numa primeira posição intermédia, a 33 segundos, e os restantes numa segunda posição intermédia, a 55 segundos.
O pelotão rolava a alta velocidade, nesta fase final sempre encabeçado por Gonçalo Tavares, que contribuiu para que todos os corredores que seguiam em posição intermédia fossem alcançados. No entanto, lá na frente, Thibaud Gruel ia lançado e com os olhos postos na conquista da etapa, não dando qualquer hipótese aos adversários de discutirem a vitória.
Thibaud Gruel chegou isolado à meta, conquistando a vitória da quarta e última etapa, com o pelotão a discutir os restantes lugares ao sprint. O belga Vlad Van Mechelen foi segundo, a 22 segundos, seguido do francês Paul Magnier, em terceiro, com o mesmo tempo.
António Morgado foi quinto, também a 22 segundos e Gonçalo Tavares foi 24.º, com o mesmo tempo. Seguiram-se Tiago Nunes, em 66.º, a 2m53s, José Bicho, em 81.º, a 4m28s. João Martins não terminou a corrida.
O selecionador nacional, José Poeira, não podia estar mais satisfeito com este resultado, e destaca o facto de a vitória de António Morgado ser fruto do grande trabalho de equipa da seleção nacional ao longo de toda a prova. Relembramos que a equipa ficou reduzida a cinco elementos após a etapa de ontem, com Daniel Lima a não poder alinhar nesta última tirada.
“Com a responsabilidade que tínhamos como líderes, tivemos de assumir a dianteira, com o João a fazer muito bem esse trabalho, numa altura em que o ritmo era alto. Depois entraram ao serviço o José Bicho e o Tiago Nunes, que nas subidas e até nas descidas mais técnicas fizeram um trabalho de excelência, protegendo o Gonçalo e o António. Na parte final da etapa o Gonçalo fez o resto do trabalho. Além disso, em todas as etapas, a resposta pronta do António aos ataques dos adversários diretos levou a que nos mantivéssemos na liderança. Todos trabalharam muito bem durante a corrida, foram extremamente profissionais e cumpriram tudo aquilo que lhes foi proposto. Este trabalho de equipa foi essencial para conseguirmos vencer a prova com o António e ainda a camisola da montanha. Estão todos de parabéns”, disse José Poeira.
O quinto lugar na etapa foi mais do que suficiente para garantir a vitória na geral a António Morgado, que conseguiu ainda levar para casa a camisola da montanha. Gonçalo Tavares conseguiu hoje subir um lugar, fechando no nono lugar à geral, a 2m44s de António Morgado. José Bicho foi 41.º, a 12m50s, seguido de Tiago Nunes, em 57.º, a 17m24s. Portugal foi a quarta melhor equipa em prova.