O colombiano Nairo Quintana insistiu nesta quinta-feira que não consumiu tramadol durante o Tour de France depois que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) rejeitou seu recurso contra a sanção imposta pela União Ciclística Internacional (UCI) por violar seus regulamentos médicos.
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“Ao longo da minha carreira esportiva, tive muito mais de 300 controles antidoping, dão mais ou menos três controles por mês, e eu nunca tive um problema de doping. Tenho muitas razões para não fazer isso e… não consumi este produto”, disse Quintana em um vídeo.
A UCI tomou essa decisão após a análise de duas amostras de sangue fornecidas por Quintana nos dias 8 e 13 de julho durante o último Tour de France, revelou a presença de tramadol e seus dois principais metabólitos.
Por essa razão, a UCI o desqualificou do último Tour de France, no qual terminou em sexto lugar, por violar seus regulamentos médicos.
Tramadol é um analgésico proibido pela UCI desde 1 de março de 2019 para proteger a saúde e a segurança dos ciclistas dos efeitos colaterais dessa substância, mas não está na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (WADA).
Após a audiência do caso realizada em 12 de outubro, a comissão do TAS decidiu que a proibição da UCI na competição tramadol se deve a razões médicas e não por razões de doping e, portanto, está dentro da competência e jurisdição do órgão.
O comitê também concluiu que as evidências científicas confirmam que as amostras de Nairo Quintana continham tanto tramadol quanto seus dois metabólitos e, com base nisso, determinou a manutenção da decisão imposta, por isso impediu o recurso do ciclista que tem em seus palmares uma vitória no Giro d`Itália, uma na Vuelta a España e dois segundos lugares no Tour de France.
“A VIDA CONTINUA”
“Infelizmente o resultado saiu assim (…) depois vou contar toda a situação, o dia a dia, como aconteceu, como apresentamos nossa defesa e também avaliando por que o TAS não a viu válida”, disse Quintana, ex-ciclista da Movistar e Arkéa-Samsic.
Nairo acrescentou: “A vida continua, a tempestade tem que passar, continuamos olhando para frente, tenho uma boa família, tenho um país e grandes amigos que me apoiam. Muito obrigado por isso.
A UCI anunciou em 17 de agosto a desqualificação de Quintana do último Tour de France e impôs uma multa de 5.000 francos suíços, após o qual o ciclista decidiu recorrer ao TAS e renunciou a participação na Vuelta embora os regulamentos permitiram que competisse.
A UCI saudou na quinta-feira “com satisfação” a decisão do TAS que, como explicado em um breve comunicado, “reforça a validade da proibição do tramadol nos Regulamentos Médicos da UCI para proteger a saúde e a segurança dos corredores”.