As festas da Sra. da Agonia inundam sempre as ruas de Viana do Castelo com milhares de pessoas e, este ano, deram um colorido ainda mais vibrante ao final da 84ª Volta a Portugal Continente.
No contrarrelógio deste domingo, o suíço Colin Stüssi foi terceiro classificado, mas não só garantiu o triunfo como dilatou ainda a diferença para os principais rivais que caíram do top 3.
Os quase 18 quilómetros da última etapa que terminaram em alto, no Santuário de Santa Luzia, foram ganhos por Txomin Juaristi (Euskaltel/Euskadi) possibilitando ao espanhol ascender ao segundo lugar final da Volta enquanto António Carvalho (ABTV Betão/Feirense), quarto classificado no crono, subiu ao terceiro posto.
Nas contas finais da Volta, Juaristi ficou a minuto e quatro segundos do Campeão da Volta enquanto a diferença de Carvalho somou mais três segundos.
Henrique Casimiro (Efapel) e Artem Nych (Glassdrive/Q8/Anicolor), os homens que mais perto estavam de destronar a Amarela de Colin Stüssi à entrada do último, com diferenças de 45 segundos e um minuto, não fizeram bons tempos, ou pelo menos, não tão bons para garantirem a manutenção no pódio. O russo gastou mais 54 segundos que o vencedor e Casimiro 1’24.
As Outras Camisolas
O suíço vencedor da Camisola Amarela Continente demonstrou ao longo de todo o contrarrelógio uma cadência muito igual, mesmo nos pontos mais difíceis do empedrado que levaram a corrida desde a zona ribeirinha de Viana até ao Monte de Santa Luzia, mas foi o ritmo certo para fazer uma boa marca e vencer a Volta.
Com a Classificação por Pontos praticamente definida de véspera, mas com pontos ainda em jogo neste final, foi o checo Daniel Babor (Caja Rural/Seguros RGA) quem vestiu por último a Camisola Laranja Galp.
Em aberto para o derradeiro dia de Volta estava também, e por uma diferença de apenas sete segundos, a luta pela Classificação da Juventude. Afonso Eulálio (ABTV Betão/Feirense) bem tentou, mas acabou derrotado pelo espanhol Jaume Guardeño (Caja Rural/Seguros RGA) que garantiu a Camisola Branca Jogos Santa Casa.
As contas da Montanha é que estavam já fechadas e o vianense César Fonte (Rádio Popular/Paredes/Boavista) só precisava mesmo de chegar ao fim para festejar “em casa” a conquista da Camisola das Bolinhas Azuis Europcar.
O Prémio Combinado Carclasse que soma a Classificação Geral, dos Pontos e da Montanha foi para Colin Stüssi.
Vitória Suiça não é inédita
Colin Stüssi foi o segundo corredor suíço a vencer a Volta a Portugal. Em 2001 o estreante foi o simpático Fabian Jeker que alinhava pela equipa portuguesa Milaneza/MSS. Ao longo da carreira Jeker participou em todas as grandes voltas como o Tour, o Giro, a Vuelta e, claro, a “Portuguesa”.
Stüssi é o 23º Vencedor estrangeiro na “Portuguesa”
Aos 30 anos esta é a vitória mais importante que o suíço de 30 anos já alcançou na carreira. Com toda a certeza não deverá esquecer tão depressa a passagem por Portugal, o dia em que vestiu de Amarelo na Serra do Larouco, em Montalegre, e a subida final ao Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo, onde confirmou o triunfo. Este sucesso junta-o à vitória no Tour de Rhodes, na Grécia, em 2017.
Na história da Volta a Portugal, Colin Stüssi é o vigésimo terceiro vencedor estrangeiro. O primeiro foi o belga Antoine Houbrechts, em 1967, da equipa Flandria e imediatamente antes de Stussi venceu o uruguaio Mauricio Moreira, no ano passado com a Glassdrive/Q8/Anicolor. Se tirarmos Stüssi da equação, para encontrar o último estrangeiro vencedor de uma equipa igualmente estrangeira na Volta a Portugal é preciso recuar até 2006. Foi há 17 anos que o espanhol David Blanco venceu ao serviço da Comunidad Valenciana.
Volta a Portugal é o maior sucesso da Vorarlberg
A vitória de Colin Stüssi na “Portuguesa” representa para a Vorarlberg, conjunto criado em 1999 e que nunca correra em Portugal, o maior êxito dos últimos anos. Apesar de ter sido a primeira equipa austríaca de ciclismo a participar em provas UCI ProTour teve apenas um ou outro resultado secundário assinalável. Em 2015 venceu a Volta à Áustria com Victor de la Parte, espanhol que correra numa equipa portuguesa no ano anterior.
Top 10 da Classificação do CRI:
- Txomin Juaristi (ESP/Euskaltel-Euskadi) – 24:56
- Mauricio Moreira (URU/Glassdrive-Q8) a 0:03
- Colin Stüssi (SUI/Vorarlberg) a 0:26
- António Carvalho (POR/ABTF Betão-Feirense) a 0:27
- Rafael Reis (POR/Glassdrive-Q8) a 0:48
- Luis Ángel Maté (ESP/Euskaltel-Euskadi) a 0:51
- Artem Nych (RUS/Glassdrive-Q8) a 0:54
- Carlos Oyarzún (CHI/Aviludo-Louletano) a 1:01
- Mikel Iturria (ESP/Euskaltel-Euskadi) a 1:02
- Moran Vermeulen (AUT/Vorarlberg) a 1:07
Top 10 da Classificação geral final:
- Colin Stüssi (SUI/Vorarlberg) – 40:59:26
- Txomin Juaristi (ESP/Euskaltel-Euskadi) a 1:04
- António Carvalho (POR/ABTF Betão-Feirense) a 1:07
- Artem Nych (RUS/Glassdrive-Q8) a 1:28
- Luis Ángel Maté (ESP/Euskaltel-Euskadi) a 1:40
- Henrique Casimiro (POR/Efapel) a 1:43
- Frederico Figueiredo (POR/Glassdrive-Q8) a 3:27
- James Whelan (AUS/Glassdrive-Q8) a 4:22
- Mikel Iturria (ESP/Euskaltel-Euskadi) a 5:55
- Jesús del Pino (ESP/Aviludo-Louletano) a 6:01