A próxima Volta a Espanha, que se realizará de 17 de agosto a 8 de setembro, manter-se-á fiel à sua personalidade habitual, e a aposta das 21 etapas com 9 finais em alto e 2 contrarrelógios, a inicial em Lisboa e a final em Madrid, é resumida pelo diretor da Vuelta, Javier Guillén, nos conceitos de “montanha, dureza e batalha implacável até ao final”.
“O percurso deste ano é mais um passo para a vontade de internacionalizar a prova com o arranque em Lisboa, que já tinha a experiência em 1997. Queremos promover a possibilidade de ir para o estrangeiro, como já fizemos em França (Nîmes) e Holanda (Assen e Utrecht), e com visitas regulares a Andorra”, disse Guillén.
Para o responsável da Vuelta, a edição de 2024 “é fiel ao seu ADN de inovação, tradição e dureza, procurando o espetáculo até ao último quilómetro. É definido pela sua intensidade do início ao fim. Todas as etapas serão disputadas, com seus pontos de interesse diários.”
Guillén acredita que a Vuelta “vai deixar algumas coisas claras com a sua chegada a Granada”, na nona etapa, com a subida ao Purche e a dupla passagem por Hazallanas. A partir daí, chegarão Galiza e Astúrias, desta vez com a novidade de fazer uma etapa de alta montanha com chegada em Lagos de Covadonga após o dia de descanso. “Desta vez não haverá contrarrelógio nesse contexto de corrida.”
Guillén também destacou o caráter explosivo da última semana da prova, com atrações marcantes como o já citado Lagos de Covadonga, o Alto de Moncalvillo, o Picón Blanco no último sábado e o contrarrelógio final em Madri, um evento inusitado, e talvez decisivo, que marcará o fim da festa.
“As montanhas, a dureza e a batalha implacável caracterizam esta Vuelta. Acho que é mais difícil do que o anterior. As chegadas em alto oferecem espetáculo. Com os corredores que temos atualmente, é obrigatório colocar etapas exigentes. É algo que torna a Vuelta uma marca registada, e tanto o Tour como o Giro vêem-no, cada um com a sua personalidade, mas a tentar encontrar o espetáculo”, explicou.
Nesta ocasião, a Vuelta não terminará com uma etapa ao sprints em La Castellana, mas optará por um contrarrelógio de 22 km na Gran Vía, junto ao edifício-sede da Telefónica, empresa que celebra o seu centenário.
“O contrarrelógio realiza-se por ocasião do centenário da Telefónica. Por proposta desta empresa e da Câmara Municipal, vamos realizar o belo gesto de juntar a sede do Distrito Telefónica e a Gran Vía 28, onde terminará o contrarrelógio. No entanto, a cerimônia do pódio será realizada em Cibeles”, disse Guillén.
Entusiasmado por iniciar em Portugal, Guillén referiu-se a “um país que nos faz sentir em casa”, e o seu desejo no desporto é que haja um espetáculo todos os dias “e que tudo se decida em Madrid”.
Sobre os desequilíbrios ocorridos na edição de 2023, Guillén comentou que “além das circunstâncias do ano passado com a chuva em Barcelona, a primeira etapa não terá início às 20h30, mas às 19h30”.