Tadej Pogacar “Demolidor” no Campeonato do Mundo

Tadej Pogacar foi Demolidor no Campeonato do Mundo na prova de Fundo em Zurique, num ataque a 100 quilómetros do final.

Foto: UCI

O esloveno Tadej Pogacar venceu a solo com o tempo de de 6 horas 27 minutos e 30 segundos, o australiano Ben O’Connor ficou em segundo a 34 segundos e o holandês Mathieu van der Poel fechou o pódio a 58 segundos.

Foto: UCI

Quanto aos portugueses, a esperança de João Almeida ficou por terra com uma queda, enquanto Rui Oliveira animava as hostes nacionais com uma fuga. No final, Rui Costa e Nelson Oliveira foram os resistentes da Seleção Nacional.

Sabia-se que os 273,9 quilómetros de corrida seriam muito duros, mas as dificuldades de Portugal começaram bem cedo. João Almeida, a aposta da Seleção para um lugar entre os primeiros, sofreu uma queda ainda antes da primeira das oito passagens pela meta.

O desconforto físico provocado pelo impacto com a estrada impediu o português de continuar, o mesmo tendo acontecido a outras vítimas da queda também com ambições, como Mikel Landa, Julian Alaphilippe e Mattias Skjelmose.

Enquanto João Almeida ficava arredado da corrida, os adeptos portugueses animavam-se com a presença de Rui Oliveira numa fuga de seis homens, que comandou a prova até faltarem menos de 100 quilómetros para final, altura em que um ataque do esloveno Tadej Pogačar mudou a configuração da corrida.

O esloveno rapidamente chegou à frente e obrigou o pelotão a reagir, fazendo-se uma seleção de valores em ritmo acelerado. Nessa altura, Ivo Oliveira perdeu o contacto com o grupo dos mais fortes, onde resistiram Rui Costa e Nelson Oliveira.

Afonso Eulálio acusou a passagem dos quilómetros e, sobretudo, as recuperações que antes fizera devido a dois infortúnios. Primeiro recolou ao pelotão após avaria e mais adiante teve de fazer nova reentrada, após queda.

Com a triagem a continuar a ser feita, Nelson Oliveira era o mais bem colocado à entrada para as duas voltas finais, mas acabaria por sentir-se “vazio” de forças, perdendo posições para terminar em 55.º, a 12m09s de vencedor, Tadej Pogačar, cujo ataque de longe nunca seria neutralizado.

“Como se esperava, foi uma corrida bastante dura. Tentei seguir o grupo da frente o mais possível, mas houve um momento da corrida, já nas duas voltas finais, em que fiquei completamente ‘vazio’. A partir daí foi lutar para terminar a corrida, o que, hoje, já não era fácil”, afirmou Nelson Oliveira.

Rui Costa, acusando a falta de ritmo provocada pela queda na Volta a Espanha, entregou tudo o que tinha, fazendo uma corrida consistente, que o colocou como melhor português, no 42.º lugar, integrado no mesmo grupo de Nelson Oliveira.

“Dei o máximo, mas a condição física não era a melhor. Não estou satisfeito com o resultado, mas deu o meu melhor. Soube a pouco, porque queremos sempre estar nos lugares cimeiros de um Mundial, mas as pernas hoje não deram mais”, explicou Rui Costa.

Os olímpicos Rui Costa e Nelson Oliveira foram os únicos portugueses a terminar a corrida. “O resultado não foi aquele que queríamos. As circunstâncias da corrida não permitiram que estivéssemos na discussão, como era o nosso objetivo. O Rui Costa e o Nelson Oliveira voltaram a provar a consistência que todos lhes reconhecemos, apesar de não estarem na máxima condição, o Rui devido à paragem após a queda na Vuelta e o Nelson devido a uma época muito longa e preenchida”, resume o selecionador nacional, José Poeira.

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