Gustavo vence a etapa, Martin vence a geral e Tiago Ferreira fecha o pódio do Brasil Ride

26 de outubro de 2024 – A sétima e última etapa da Ultramaratona Brasil Ride foi de alegrias e comemorações, superação, exemplos de amizade, companheirismo e de que o ciclismo é um esporte que consegue unir pessoas e transpor fronteiras e limites que não muitas vezes parecem impossíveis. A Ultramaratona mostrou a empatia entre amigos, enquanto se transcendem as duras etapas. É suor, calor, lágrimas, chuva, barro, tombos e uma mistura de sentimentos e calor humano.

A Brasil Ride é uma etapa na vida e uma experiência única de aprendizagem e valores. Às vezes falta perna, às vezes falta a mente, mas ao atravessar o pórtico e a linha de chegada, todas as tristezas ficaram para trás: a emoção e a alegria, demonstrada nas lágrimas e no suor sofrido, nos sorrisos e nos abraços, na comemoração de quem está ali aguardando ansioso, é a certeza de que valeu a pena ser mais um heroi no pedal.

O pódio – A última etapa sagrou como vencedor o brasileiro Gustavo Pereira (Specialized Racing Br). Com o tempo de 1h34m33s613ms, ele foi o mais rápido, desbancando o francês Pierre Billaud (1h36m31s867ms) com diferença de quase 2 minutos (1m58s254ms) e o terceiro colocado, o brasileiro Flávio Neto (Gefpel Flbikes Fbc; 1h36m32s623ms, diferença de 1m59s010ms), que, pela primeira vez na temporada, subiu ao pódio.

Flávio falou dessa experiência de participar no solo elite masculino. “Essa Brasil Ride, para mim, foi uma das mais difíceis. É a primeira vez correndo solo, mas agradeço a Deus por ter pessoas maravilhosas ao meu lado, que me deram força para continuar. Quase desisti na segunda etapa e hoje para fechar com chave de ouro, estou no pódio. Não consigo mensurar o quanto estou feliz e o que estou sentindo. O meu terceiro lugar tem muita gente. O sentimento de hoje é resiliência – o que se encaixa perfeitamente na Brasil Ride”, destacou.

Gustavo Pereira contou um pouco do que foi a prova. Ele que com a vitória garantiu a segunda colocação geral (21h31m40s373ms; diferença de 6m19s624ms), disse estar feliz com a sua participação. “Foi uma etapa com muita trilha de 47 km, com cerca de 25km, 30km foram de single track. Larguei hoje num passo bem forte, mas o pelotão estava bem ativo. Como é uma etapa curta, todo mundo queria ir para cima, mas num momento oportuno eu consegui abrir um gap no single track e o pessoal que estava atrás, acabou se enroscando. Eu vinha escapando junto com o Martin Vidaurre, porém ele teve um problema mecânico. Acelerei e abri vantagem do Tiago Ferreira e garanti a segunda posição na geral. É minha 3ªBrasil Ride e esse foi o meu melhor resultado na classificação geral de todas. Estou muito feliz”, salientou.

Já na geral, o chileno Martin Vidaurre (Specialized Factory Racing), mesmo tendo problemas mecânicos na prova, – o deixando em 13º lugar -, conseguiu ser o número 1 da Elite Solo Masculina e Solo Americana (21h25m20s749ms) com 6 minutos de diferença (6m19s624ms). O campeão comentou sobre o problema e a empatia do companheiro brasileiro Lukas Kaffmann (Girabike Fox Racing Br), que o ajudou a vencer. “Vinha muito bem na prova, mas um galho rompeu os raios do pneu e senti que a corrida estava acabada. Arrumar era quase impossível. Fiquei parado uns 10 minutos. Quando já tinha desistido, Lukas me ajudou e consegui completar a prova. Pensei que estava tudo acabado. Me impressionei com a bondade e o espírito de Lukas. Ele me passou a roda sem nem pensar. É um tremendo competidor. Se estou aqui, é porque ele me ajudou”, ressaltou.

O português Thiago Ferreira (Vouzela Bh Tf) completou o pódio (21h31m55s435ms; 06m34s686ms), mesmo não tendo feito o seu melhor tempo nessa etapa, onde alcançou o quinto lugar. “A etapa foi extremamente dura e muito rápida, consegui de certa forma anular os ataques de Gustavo, mas na entrada do single track, no meio da mata tinham muitos troncos para a gente saltar e em um deles bati com a bike e perdi posições quando fiquei cerca de 30 segundos nesse local. Tentei encurtar distâncias e não perder muito tempo, mas eles rodam muito rápido. Fiquei um pouco triste de perder o segundo lugar, mas feliz de completar em terceiro na geral e subir ao pódio dessa super corrida. Acredito que esse ano foi um dos mais difíceis da Brasil Ride”, expressou.

Tríade fantástica – Já no feminino, holandesa Tessa Kortekaas (Cannondale Isb Sport) fez o tempo de 1h50m04s377ms e mostrou sua invencibilidade, chegando com uma diferença de três minutos (3m33s006ms) à frente da segunda colocada, a brasileira Karen Olímpio (Soul Cycles Free Force; 1h53m37s383ms), e a 11 minutos (11m33s270ms) da suíça Irina Luetzelschwab (2h01m37s647ms).

A briga no feminino foi mesmo pelo segundo e terceiro lugares na classificação final. Karen, mesmo fazendo o melhor tempo, não conseguiu garantir a segunda posição na geral (26h14m49s264ms). A Suíça levou vantagem com mais de dez minutos de diferença com 1h10m00s180ms ante o tempo da brasileira (1h21m49s217ms). No entanto, a brasileira sobe ao lugar mais alto do pódio como Solo Americana Feminino. Tessa, grande vencedora, completou a Brasil Ride Bahia em 24h53m00s047ms. Na Champion Zone ela falou sobre a oportunidade de participar da Brasil Ride.

“Hoje foi bem rápido e os sentimentos afloraram. É uma sensação incrível, é indescritível. Depois de tantos dias da Ultramaratona, ainda me sinto forte. Minha temporada foi muito longa, mas me senti forte e vendo os ótimos resultados. Estou muito feliz. A Brasil Ride é uma das melhores do mundo, as etapas são lindas, o visual e as paisagens encantadoras e a experiência, mesmo que difícil, é ótima. Estar no campo, no nada e depois estar ao lado de tantas pessoas torcendo e vibrando, é emocionante. É o que dizem: não é apenas uma corrida, é uma etapa na sua vida. Essa é a Brasil Ride, certo?”, refletiu.

Karen também explicou sobre sua experiência e fez um uma análise da diferença de cinco anos que a separou da Ultramaratona. “Esse último dia foi difícil, estava tentando espremer o que restou dos sete dias. Eu sabia que, dentro dessa disputa que estava, a minha oportunidade maior era ontem, mas foi por pouco. Hoje, aproveitei bastante as trilhas, consegui pilotar bem, sem muita pressão. Eu não preciso provar nada para ninguém. Estou bem feliz de estar aqui novamente vivendo esses sete dias e agora completando a missão, que foi de bastante êxito fazendo o solo feminino. Para o próximo ano, espero poder fazer uma preparação específica para voltar e brigar novamente pela vitória. Estive ao lado de grandes atletas do cenário mundial e foi um grande prazer estar aqui, dando o meu máximo e aprendendo muito esses dias. A palavra que resume a Brasil Ride é superação. Aqui a gente vê que a gente é muito mais forte do que acha que é. Como eu disse antes há cinco anos atrás era apenas uma garota que sonhava. Não imaginava que ia correr solo um dia, e esse tempo separou uma realidade da outra. Claro que sofri, mas eu vi que eu evoluí muito”, salientou.

A festa de encerramento – a “8ª etapa” (festa) aconteceu na Uíki e contou com a participação dos atletas que se divertiram muito ao som da atração principal, o DJ AfterClapp e do groove da Banda Maria Horta.

Bradesco apresenta a Brasil Ride Bahia 2024. Patrocínios de Bradesco, Vibra Energia, Mitsubishi Motors, Kona Bicycles e Unidas – Aluguel de carros, Sram, Fox, Garmin, Magura, Comerc Energia, Gasolina Podium, Shokz, Zipp, Vitória Pneus, Rock Shox, Alquimia da Saúde e Coca-Cola. Apoio institucional Parque Nacional do Pau Brasil / ICMBio. Chancela da União Ciclista Internacional (UCI), Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e Federação Baiana de Ciclismo (FBC). A organização é do Instituto Brasil Ride.

ETAPA 7 – DIA 26/10/2024

SOLO ELITE FEMININO

1 Tessa Kortekaas Holanda 01:50:04.377

2 Karen Olímpio Brasil 01:53:37.383 00:03:33.006

3 Irina Luetzelschwab Suíça 02:01:37.647 00:11:33.270

SOLO ELITE MASCULINO

1 Gustavo Pereira Brasil 01:34:33.613

2 Pierre Billaud França 01:36:31.867 00:01:58.254

3 Flávio Neto Brasil 01:36:32.623 00:01:59.010

CLASSIFICAÇÃO GERAL

SOLO ELITE MASCULINO

1 Martin Vidaurre Chile 21:25:20.749

2 Gustavo Pereira Brasil 21:31:40.373 00:06:19.624

3 Tiago Ferreira Portugal 21:31:55.435 00:06:34.686

SOLO ELITE FEMININO

1 Tessa Kortekaas Holanda 24:53:00.047 00:00:00.000

2 Irina Luetzelschwab Suíça 26:03:00.227 01:10:00.180

3 Karen Olímpio Brasil 26:14:49.264 01:21:49.217

OS CAMPEÕES DA BRASIL RIDE BAHIA 2024

SOLO ELITE FEMININO

Tessa Kortekaas Holanda 24:53:00.047

SOLO ELITE MASCULINO

Martin Vidaurre Chile 21:25:20.749

SOLO AMERICA MASCULINO

Martin Vidaurre Chile 21:25:20.749

SOLO AMERICA FEMININO

Karen Olímpio Brasil 26:14:49.264

DUPLA NELORE

Rodrigo Barreto Brasil

Rodrigo Hilbert Brasil 29:06:48.130

DUPLA FEMININA

Celina Carpinteiro Portugal

Ada Xinxó Espanha 31:10:21.726

DUPLA GRANDMASTER

Abraao Azevedo Brasil

Adriano Medeiros Brasil26:35:50.980

DUPLA GUARINI

Raone Demicheli Brasil

Anderson Molinari Brasil 24:23:30.766

DUPLA IRON RIDER

Marcio Goes Brasil

Miguel Neto Brasil 28:32:18.426

DUPLA MASTER

Rodrigo Nunes Brasil

Marconi Ribeiro Brasil 24:22:57.614

DUPLA MISTA

Jose Silva Portugal

Melissa Maia Portugal 28:59:36.779

DUPLA OPEN

Paulo Marinho Brasil

Vinicius Henrique Brasil 23:59:00.304

SUPER GRANDMASTER

Raul Navarro Venezuela

Vallée René França 33:20:31.104

TRIO CORPORATIVO

Bruno Dias Brasil

Gilvan Barbosa Brasil

Ivan Marcelino Brasil 27:32:03.960

OS CAMPEÕES DAS 14 EDIÇÕES

Masculino

2010 – Kristian Hynek (CZE) / Robert Novotney (CZE)

2011 – Kristian Hynek (CZE) / Robert Novotney (CZE)

2012 – Tiago Ferreira (POR) / Luis Pinto (POR)

2013 – Henrique Avancini (BRA) / Sherman Trezza (BRA)

2014 – Hans Becking (HOL) / Jiri Novak (CZE)

2015 – Hans Becking (HOL) / Jiri Novak (CZE)

2016 – Fabian Rabensteiner (ITA) e Alexey Medvedev (RUS)

2017 – Henrique Avancini (BRA) / Jiri Novak (CZE)

2018 – Henrique Avancini (BRA) / Manuel Fumic (ALE)

2019 – Tiago Ferreira (POR) / Hans Becking (HOL)

2021 – Hans Becking (HOL) / José Dias (POR)

2022 – Henrique Avancini (BRA) – Elite Solo

2023 – Tiago Ferreira (POR) – Elite Solo

2024 – Martin Vidaurre (CHI) – Elite Solo

Feminino

2010 – Celina Carpinteiro (POR) / Ivonne Kraft (ALE)

2011 – Adriana Nascimento (BRA) / Sabrina Gobbo (BRA)

2012 – Adriana Nascimento (BRA) / Daniela Genovesi (BRA)

2013 – Rebecca Rusch (EUA) / Selene Yeager (EUA)

2014 – Sonya Looney (EUA) / Nina Baum (EUA)

2015 – Raiza Goulão (BRA) / Viviane Favery (BRA)

2016 – Isabela Lacerda (BRA) / Letícia Cândido (BRA)

2017 – Raiza Goulão (BRA) / Margot Moschetti (FRA)

2018 – Sandra Santaynes (ESP) / Anna Ramirez (ESP)

2019 – Viviane Favery (BRA) /Tania Clair Pickler (BRA)

2021 – Naima Diesner (ALE) / Anna Jördens (ALE)

2022 – Marcela Toldi (BRA) – Elite Solo

2023 – Tessa Kortekaas (HOL) – Elite Solo

2024 – Tessa Kortekaas (HOL) – Elite Solo

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