O português António Morgado foi hoje o 14.º classificado na prova de fundo para sub-23 do Campeonato da Europa de Estrada, disputada entre Hoogeveen e o Col du Vam, nos Países Baixos.
A corrida de 136,5 quilómetros ficou marcada por várias quedas e por uma fuga madrugadora que vingou e que ditaria o resultado final. Os corredores portugueses mantiveram-se no pelotão principal, embora com algumas dificuldades de colocação num percurso rápido e com estrada estreita.
O mais prejudicado pelas condições específicas desta corrida acabaria por ser João Martins, vítima de queda ainda antes da entrada na primeira das seis subidas ao Col du Van. Apesar do infortúnio, Martins conseguiu terminar a corrida, no 98.º lugar, a 8m23s.
Diogo Narciso não caiu, mas ficou “cortado” devido a uma queda no pelotão, o que ditaria o resultado final: 94.º, a 7m09s. Já Gonçalo Tavares e António Morgado mantiveram-se no grupo principal e ganharam posições na entrada para as duas voltas finais, na expectativa de poderem estar na discussão do pódio.
Na frente da corrida começaram por estar três corredores, mas só dois resistiram à exigência da prova, o dinamarquês Henrik Pedersen e o espanhol Iván Romeo. Os dois entraram na última volta de 14,3 quilómetros com 1m20s de vantagem sobre o pelotão, onde não havia força coletiva nem entendimento para fazer uma perseguição efetiva.
O título europeu decidiu-se na última subida ao Col du Vam, quando o corredor nórdico acelerou e isolou-se para triunfar em solitário. O espanhol ficou com a medalha de prata, a 25 segundos. O pelotão limitou-se a discutir a medalha de bronze, tarefa em que o francês Paul Magnier foi o mais eficiente, gastando mais 37 segundos do que o vencedor.
António Morgado ainda acalentou a esperança de conquistar uma medalha, mas viu-se em posição difícil na aproximação à derradeira subida. “Estava com pernas para ganhar uma medalha, vinha muito bem colocado, mas, a quatro quilómetros da meta, um corredor ucraniano caiu mesmo à minha frente. Desviei-me e, com essa manobra, perdi muitas posições e fiquei quase em último do pelotão”, descreve o vice-campeão mundial, que hoje ficou na 14.ª posição, a 42 segundos do vencedor.
Gonçalo Tavares também fez uma corrida sempre no pelotão principal, procurando o melhor posicionamento possível a cada momento. “A corrida acabou por não ser tão dura quanto eu pensava à partida, consegui fazer bem as subidas. A maior dificuldade era a reta com vento lateral, depois de sairmos da zona de meta”, explica o ciclista que terminou no 35.º posto, a 47 segundos.
O selecionador nacional, José Poeira, considera que “o resultado não correspondeu às expectativas que tínhamos. A corrida foi estranha, com o pelotão em constante pára-arranca, o que contribuiu para a existência de mais quedas. Foi estranho as seleções mais numerosas não pegarem na corrida a fundo para anular a fuga”, analisa o responsável técnico.
Na tarde desta sexta-feira correm as sub-23, com Portugal a estar representado por Beatriz Pereira e Daniela Campos. A partida acontece às 14h30 e as corredoras terão por diante 108 quilómetros.